O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, 41, subiu ao palco, nesta quarta-feira (17), para revelar o mais novo dispositivo vestível de próxima geração da empresa, movido por inteligência artificial: um par de óculos inteligentes com um minúsculo display dentro da lente.
Os óculos Meta Ray-Bans Display representam o próximo passo da empresa rumo a um futuro em que passamos menos tempo olhando para a tela do celular.
e você permaneça presente no momento enquanto acessa todas essas capacidades de IA para te deixar mais inteligente, te ajudar a se comunicar melhor, melhorar sua memória, melhorar seus sentidos”, disse Zuckerberg.
Zuckerberg anunciou os novos produtos durante a palestra principal do evento anual Meta Connect — onde a empresa apresenta novas tecnologias de IA, realidade virtual, realidade aumentada e dispositivos vestíveis — realizado na sede da Meta em Menlo Park, Califórnia, nesta quarta-feira.
A Meta também mostrou a versão mais recente dos seus óculos inteligentes Ray-Ban mais básicos, os Gen 2, os novos óculos esportivos Meta Oakley Vanguard, e novas experiências nos headsets de realidade virtual Quest 3, incluindo jogos e um novo aplicativo de entretenimento para o Horizon, a experiência imersiva de metaverso da Meta.
Os óculos inteligentes ainda são um produto relativamente de nicho, mas sua adoção pelos consumidores está crescendo rapidamente.
A parceira da Meta, EssilorLuxottica, controladora da Ray-Ban, disse em julho que a receita com os óculos Meta mais do que triplicou em comparação ao ano anterior. A empresa pretende produzir 10 milhões de pares de óculos Meta por ano a partir de 2026.
Os óculos Meta Ray-Ban Display são fundamentais para alcançar essa meta, afirmou Rocco Basilico, Diretor de Wearables da EssilorLuxottica, em entrevista à CNN.
“Você pode usar os óculos e se sentir bem com suas marcas favoritas, mas se realmente precisar de superpoderes, de informações imediatas, isso pode ser entregue por áudio ou através do display”, disse Basilico, chamando o novo display de “o maior lançamento que já fizemos até agora.”
Zuckerberg afirmou que a trajetória de vendas dos óculos inteligentes da Meta é “semelhante à de alguns dos eletrônicos de consumo mais populares de todos os tempos”.
Embora a Meta tenha sido uma das primeiras a fabricar óculos inteligentes que os consumidores realmente querem comprar, ela enfrenta uma concorrência crescente de Google, Samsung, Snap e potencialmente Amazon, o que aumenta a pressão sobre a nova tecnologia lançada nesta quarta-feira.
Meta Ray-Ban Display
A Meta há tempos descreve seus Ray-Bans como óculos inteligentes que podem “ver o que você vê e ouvir o que você ouve.” Agora, com os Meta Ray-Bans Display, os usuários também terão retorno visual, permitindo interagir com o dispositivo de novas formas.
Os Displays possuem uma pequena tela de exibição no canto interno direito da lente direita. O display parece ser projetado a vários metros à frente do ambiente ao redor do usuário.
Esse display permite fazer diversas tarefas que antes eram realizadas na tela do celular: visualizar e enviar mensagens, capturar e revisar fotos e vídeos, assistir a Reels do Instagram e fazer chamadas de vídeo em que o usuário vê a outra pessoa.
“Trabalhamos em óculos há mais de 10 anos, e este é um daqueles momentos especiais em que mostramos algo em que investimos grande parte das nossas vidas”, disse Zuckerberg. “E que, na minha opinião, é diferente de qualquer coisa que eu já vi.”
Há também uma função de navegação que mostra a localização do usuário em tempo real no mapa, permitindo seguir uma rota até um restaurante sem precisar olhar para o celular.
Legendas e tradução ao vivo permitem que os usuários vejam o que o parceiro de conversa está dizendo, em tempo real, na tela. (As conversas legendadas também são salvas como transcrições no aplicativo Meta AI — um recurso que jornalistas, ao menos, acharão muito útil!)
Os usuários também podem fazer perguntas ao assistente Meta AI, que responde com painéis de informação na tela, além de resposta por áudio.
Enquanto versões anteriores dos Ray-Bans permitiam interação apenas por comando de voz, os Meta Ray-Ban Displays funcionam com uma pulseira “neuronal” que permite navegar pelo display usando gestos sutis com as mãos. Por exemplo, tocar o polegar no indicador funciona como um botão de seleção para dar play em uma música.
Somente quem está usando os óculos consegue ver a tela — quem olha de fora não percebe nada. Isso é intencional para proteger a privacidade de mensagens, fotos e outros conteúdos do usuário. Mas pode gerar momentos estranhos se alguém não perceber que a outra pessoa está lendo mensagens no meio de uma conversa.
No entanto, o usuário pode desligar a tela quando não quiser usá-la — e utilizar os óculos como qualquer par convencional.
“Quando projetamos o hardware e o software, focamos em te dar acesso a ferramentas muito poderosas quando você quiser, e deixá-las desaparecer em segundo plano quando não quiser”, disse Zuckerberg.
A Meta não é a primeira a tentar lançar um dispositivo como este. O Google lançou uma versão inicial de óculos com display na lente, o Google Glass, em 2013, mas fracassou com os consumidores por ser caro, pouco estiloso e com funcionalidades e bateria limitadas.
No entanto, a tecnologia para alimentar óculos inteligentes — como processadores, baterias e câmeras — melhorou (e encolheu) bastante na última década. Os Displays parecem e pesam apenas um pouco mais que óculos comuns.
Eles funcionam por 6 horas com uma única carga, e o estojo oferece até 30 horas adicionais de bateria. A pulseira tem autonomia de 18 horas e é resistente à água.
fonte CNN